Dinheiro Público no Exterior: Emendas Parlamentares Bancam até Psicólogos nos EUA! 💰🇺🇸

 

Emendas parlamentares, destinadas a ações no Brasil, foram usadas para pagar  obrigações do país à ONU e financiar serviços em consulados, incluindo psicólogos nos EUA.  A prática, revelada pela Folha, gera polêmica sobre o uso de recursos públicos.

emendas Parlamentares: R$ 19 Milhões Enviados para o Exterior Bancam ONU e Psicólogos nos EUA!

 

Brasília, DF -  Um novo escândalo envolvendo o uso de emendas parlamentares veio à tona.  De acordo com dados da plataforma Central das Emendas,  deputados e senadores destinaram R$ 19 milhões para ações no exterior desde 2020, incluindo pagamentos à ONU e  financiamento de serviços em consulados brasileiros, como psicólogos e advogados, principalmente para atender imigrantes brasileiras em cidades como Miami, Nova York e Boston.

 

A investigação da Folha revelou que as emendas  foram utilizadas tanto na gestão de Jair Bolsonaro (PL) quanto na de Lula (PT),  surpreendendo pesquisadores, técnicos e assessores parlamentares que acompanham o destino desses recursos.  A prática é incomum, pois geralmente as emendas são destinadas a obras e projetos nas bases eleitorais dos congressistas.

 

Especialistas criticam o uso de emendas para ações no exterior, alegando que a fragmentação e falta de critérios na alocação de recursos federais se intensificaram na última década.

 

O Itamaraty justifica os repasses como “quitação das obrigações brasileiras junto a organismos internacionais”,  afirmando que é fundamental para a atuação diplomática do país. O Ministério do Planejamento também classificou as contribuições como "despesas obrigatórias de caráter continuado",  mas não explicou por que precisou de emendas para quitá-las.

 

O  Republicanos, partido que teve sete dos dez maiores indicadores de emendas para ações no exterior,  alega que atendeu a uma solicitação do Itamaraty para colaborar com ações no exterior.

 

Entre os beneficiários das emendas, além de organizações internacionais, entidades e empresas,  a reportagem identificou 75 nomes próprios de prestadores de serviços que receberam R$ 2,3 milhões no período, por meio de pessoa física ou jurídica.

 

A maior parte desses profissionais, segundo o Itamaraty e o Republicanos,  atua nos Espaços da Mulher Brasileira,  projetos que oferecem apoio a imigrantes brasileiras em situação de vulnerabilidade.

 

A psicóloga Virna Moretti, por exemplo, recebeu R$ 280 mil no último ano,  pelo Consulado-Geral do Brasil em Miami.  Ela justificou a remuneração como "trabalho de extrema responsabilidade e sensibilidade",  e afirmou que o valor é inferior à média dos EUA.

 

A prática do uso de emendas para ações no exterior levanta questionamentos sobre a  transparência e o controle sobre o destino dos recursos públicos.  A  Transparência Brasil, ONG que monitora o uso do dinheiro público,  afirma ser "surpreendente que representações consulares não tenham recursos suficientes"  e tenham que depender de emendas.

O caso expõe  a fragilidade do controle sobre o uso de emendas parlamentares e  a necessidade de uma maior transparência na alocação desses recursos.  A  utilização de  emendas para ações no exterior,  sem justificativa clara e transparente,  gera  desconfiança e  abre espaço para  a  percepção de  desvio de dinheiro público.

 

A polêmica  também evidencia  a necessidade  de um debate  sobre a  gestão  da  política externa brasileira  e  o  papel  dos  congressistas  na  alocação  de  recursos  para  ações  internacionais.

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